05/02/2014 02h19
- Atualizado em
05/02/2014 02h19
Segundo deputada, novas denúncias surgiram contra Adail Pinheiro.
CPI deverá ouvir depoimentos em Manaus e Coari, ainda em fevereiro.

CPI da Exploração Sexual investiga suspeitas
de pedofilia no AM (Foto: Reprodução TV Acre)
Integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga a
existência de uma suposta rede de exploração sexual de crianças e
adolescentes no Amazonas, deverão desembarcar novamente no estado. Em
entrevista ao G1, a presidente da comissão, deputada
Érika Kokay (PT- DF), falou que a CPI deverá retornar a Manaus e Coari
ainda neste mês. O prefeito do município, localizado a 363 km da
capital, é suspeito de envolvimento em casos de pedofilia, denunciados
em reportagens do programa Fantástico, da Rede Globo.
O retorno da CPI, segundo a deputada, foi motivado por novas denúncias.
"Um nova reunião será no dia de amanhã [terça-feira,5]. Mas, a
diligência esta aprovada para o próximo dia 17 de fevereiro. Devemos
retornar, provavelmente, iremos a Coari e a Manaus. Temos varias
testemunhas que querem prestar depoimento. Nós vamos estar articulando
com o conselho nacional para que nós possamos ter uma força-tarefa do
estado. Temos muitas denúncias e inclusive novas solicitações de pessoas
querendo entrar no programa de proteção a testemunha, em função das
denúncias", conta.
saiba mais
Durante reunião realizada nesta terça-feira (4),
na Secretaria de Direitos Humanos, em Brasília, a atuação da CPI foi
discutida. A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência
República, Maria do Rosário, deve solicitar ao Ministério Público
Federal que os processos que envolvem acusações de envolvimento do
prefeito de Coari, Adail Pinheiro, em casos de pedofilia sejam
transferidos da Justiça do Amazonas para a Justiça Federal. "Nós iremos
marcar uma reunião com o Ministério Público, com o procurador geral da
república, na perspectiva de estarmos discutindo a necessidade da
federalização e nós também fizemos essa provocação ao Conselho de
Direitos da Pessoa Humana que estava na reunião", afirma a deputada.

Hostilidade
Durante permanência da CPI em Coari, no mês de julho do ano passado,
manifestantes protestam contra investigação e presença de parlamentares
no município. "Ficamos extremamente preocupados com esse caso em Coari.
Inclusive com manifestação de hostilidade, provavelmente organizada pelo
prefeito para impedir os trabalhos da CPI", acredita a presidente da
CPI.
À época, a assessoria de comunicação do prefeito de Coari rebateu as
acusações e disse que as informações divulgadas pela deputada são
infundadas. "A população é contra pedofilia e estava protestando por uma
apuração isenta, sem revanchismo e movida por paixões políticas. O
parlamento está servindo como massa de manobra do grupo político
derrotado na última eleição".
Denúncias
Adail Pinheiro, prefeito do município de Coari,
responde a dezenas de processos na Justiça do Amazonas e foi alvo de
uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados, que
investiga envolvimento em suposta rede de pedofilia. As denúncias foram
divulgadas em reportagens veiculadas no Fantástico, desde o último dia
19 de janeiro. Por meio de sua assessoria, o prefeito nega as
acusações de envolvimento em casos de pedofilia.
(Colaborou Welliton Lopes, da TV Amazonas - Sucursal Brasília)